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O Projeto

Além da concepção de um espaço que acolhe o sujeito, sua identidade subjetiva e coletiva, a escola desempenha muitos outros papéis. Na sociedade contemporânea, inevitavelmente esbarra em questões relacionadas ao consumo. Falar sobre o tema é de fundamental importância ao se pensar na infância e na juventude, pois o consumismo, em muitos casos, torna-se um ato que traz a sensação de pertencimento, adequação e participação de grupos sociais.

Um Para O Outro é inspirado na Folk Art e traz ilustrações com referências nesse estilo, realizadas a partir de um trabalho original em patchwork. Este projeto busca qualificar as relações humanas, o tempo e o espaço do ser criança e as linguagens expressivas, contrapondo-se à lógica do consumismo. Lançado em 2011, é o segundo Livro Musicado da produtora de conteúdo artístico e educacional Música em Família, de autoria de Paula Santisteban e Eduardo Bologna.

O Livro, em formato de uma colcha de retalhos, é composto por seis estações. Cada estação contém um poema, uma canção e dois espaços para registro da criança: um para ser realizado na escola, a partir das vivências propostas pelos professores; e outro para ser desenvolvido em casa, a partir da vivência com a família. Relevos, tecidos, costuras e cores trazem a ideia de um material orgânico, com diferentes texturas e propõem aconchego ao leitor.

As estações são passeios por temas como empatia e convívio, a infância e a imaginação, brincadeiras de hoje e de sempre, medo e coragem, identidade e liberdade. Esses temas e as propostas do livro possibilitam a expressão da criança por diversas linguagens, como a música, as artes plásticas e visuais, o diálogo, os gestos, a fotografia, a brincadeira, o faz de conta, o texto literário e outras. Ao favorecer o diálogo e a expressão das crianças, tanto nas vivências como em seus registros, a ludicidade aparece como um contraponto à lógica do consumo.

O disco Um para o Outro traz forte influência de Folk Music (música folclórica), a música que se pode carregar e entregar, livremente. Por isso, os instrumentos musicais são, em sua maioria, acústicos. O som é orgânico e amadeirado, com arranjos criados para reforçar o texto, uma estrada sonora para as palavras, de forma simples e direta em busca do entendimento pleno da mensagem das canções.

Aqui você conhecerá essas e outras curiosidades de Um para o Outro e poderá assistir a vídeos com inspirações do projeto, conhecer poemas e músicas, o livro do aluno e o livro do professor.

Divirta-se e boa viagem!

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A primeira estação convida a criança e seus pares a olharem para si, para aqueles que estão ao seu lado e para suas histórias, tanto no âmbito escolar como no familiar. Um convite para estreitar laços e estabelecer relações efetivas que representam um contraponto às relações superficiais propostas pelo consumismo contemporâneo, uma vez que, para vivê-las, é preciso desconectar-se de produtos e ruídos externos.

O poema “Colcha de Retalhos propõe uma reflexão sobre as histórias de vida: como se iniciam, onde se cruzam. Trata da simplicidade, da contemplação, da afetividade, da natureza e da própria infância.

 

“Os professores precisam ter consciência de que cada criança traz para a escola uma bagagem multicultural do seu universo familiar… Onde, pai, mãe, avós e outros familiares cultivam valores, rituais, histórias, costumes, músicas, brincadeiras e todo um repertório muito particular e de misturas culturais, conforme a origem de cada um. Convidando as crianças e suas famílias a trazerem estes repertórios para dentro da escola, o professor não somente acolhe cada criança e lhe dá sua particular importância e valor, como também ganha uma bagagem de conhecimentos e conteúdos absolutamente relevantes e significativos para todo o trabalho escolar”.

Adriana Friedmann.
Doutora em antropologia, mestre em educação e pedagoga.

 

O poema “Colcha de Retalhos propõe uma reflexão sobre as histórias de vida: como se iniciam, onde se cruzam. Trata da simplicidade, da contemplação, da afetividade, da natureza e da própria infância.

A canção “Um para o Outro transcende o individualismo e aborda as relações humanas e o quanto as pessoas significam umas para as outras. Por meio do afeto e da ludicidade, a canção transborda a relação entre duas pessoas, trazendo a reflexão do que somos em coletivo e do quanto podemos, quando estamos juntos.

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A segunda estação de Um para o Outro é um convite para mergulhar na imaginação, nas sensações, ampliando o olhar, a escuta e a percepção para além do que vem pronto. Experiências que afloram quando o inusitado acontece: acaba a luz.

 

“O que a criança faz? Ela sonha. Ela brinca… está sempre se reinventando e inventando a realidade. Sempre dando funções diferentes para as coisas que a lógica insiste em dizer o que é. A lógica fala: isso aqui é uma almofada. Agora a criança olha para isso e fala: isso aqui pode ser um monte de outras coisas… O que é isso? É sonho. É se permitir sonhar e dar outros significados para as coisas. A criança não se prende a isso”

Angelo Brandini.
Fundador da Cia Vagalum Tum Tum, ator, diretor e autor.

Quando a energia elétrica acaba, a energia da imaginação ganha espaço para transitar entre poesia e música: a calma, o ócio. Uma janela se abre: um pedido para olhar a paisagem do lado de fora, deixar a luz entrar e iluminar o lado de dentro, em meio a sombras e penumbras. Um outro jeito de estar e de sentir, um outro tempo ─ o tempo dos sonhos, de flutuar, sentir a brisa, o vento. Uma parada, um momento para perceber como se vive a vida. Um rompimento que traz, novamente, o questionamento acerca do consumo. O que consumimos? O que nos consome? O que nos alimenta? O que alimentamos?

“Essa condição, essa história de uma luz externa se apagar e a criança ficar com ela própria e se sentir segura é uma belíssima imagem do que pode ser a construção da capacidade de amar na nossa sociedade, que é tão hiperestimulada sensorialmente, de informações rápidas, superficiais, que também não ajudam nesse momento com você próprio, onde você pode resgatar aquilo que é você e aquilo que é o mundo”.

Ana Olmos.
Psicanalista infantil.

As propostas da Estação dialogam com esses questionamentos, propondo experiências sensoriais individuais e coletivas, na escola e em família, que buscam proporcionar vivências significativas em um tempo que se expande na qualidade das relações com o outro, com o espaço e com o próprio tempo.

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A Estação 3 apresenta a brincadeira como um contraponto à lógica do consumo. O universo do brincar se apresenta como um grande palco para as manifestações das crianças de qualquer idade, aquelas que vivem e as que revivem a infância. A brincadeira ativa nos adultos suas memórias de infância, o que os aproxima das crianças com quem se relacionam. A brincadeira proporciona viver, no aqui e agora, diferentes tempos e diversos papéis. É lugar de relação, de troca, de experiências, bem como de apropriação e de produção de cultura.

 

“A brincadeira mora em qualquer lugar. A brincadeira existe, está aí. A gente só precisa ativá-la. É como a escultura… o escultor pega uma matéria prima e descobre o que tem dentro daquilo. Vai tirar o excesso para chegar à figura que ele quer. Acho que a brincadeira pode ser assim. A brincadeira está presente, em todos os momentos, em todos os lugares e em todos os objetos. É só a gente olhar para a vida com esse olhar de querer brincar, de querer reinventar.”

Angelo Brandini.
Fundador da Cia Vagalum Tum Tum, ator, diretor e autor.

O poema Manhã de Outono e a canção Brincadeira trazem à tona o universo lúdico, relembrando jogos, brincadeiras de correr, esconder, pular, cantar, e convidam o leitor/ouvinte a brincar junto.

As propostas desta Estação visam a proporcionar encontros por meio das brincadeiras, nas quais crianças e adultos construam e reconstruam juntos sua história, sua cultura. São convites para o “estar com”, o “fazer com”, o viver experiências efetivas, nas quais as crianças se expressam, conhecem e elaboram suas percepções sobre si mesmas e sobre o mundo.

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A 4ª Estação traz à tona dois temas que habitam a cultura infantil: o medo e a coragem. Ambos são apresentados em clima de suspense, com uma pitada de humor. Fantasia e realidade se misturam para compor um ambiente que remete aos mistérios e conflitos da condição humana, que incluem o medo como uma de suas manifestações e a coragem como modo de enfrentá-lo.

 

“Para a criança é muito interessante ouvir que o pai, a mãe, também sentiam medo, dor, pânico e que também choravam… também aprontavam e brincavam. Para as crianças é uma descoberta, uma cumplicidade que se estabelece nessa hora”

Adriana Friedmann.
Doutora em antropologia, mestre em educação e pedagoga.

No poema Madrugada de Inverno, imagens clássicas e situações amedrontadoras, comuns às crianças e a muitos adultos, servem como ponto de partida para que falem sobre seus sentimentos e percebam que todo mundo sente medo e ele tem uma função importante na preservação da vida.

A canção A Marcha, imprime um clima alegre de enfrentamento aos medos e traz elementos que ajudam as crianças a se posicionarem com coragem frente a situações amedrontadoras.

As propostas da Estação abordam diferentes contextos de aprendizagem em que sentimentos e sensações são colocados em jogo e, juntos, crianças e adultos, podem descobrir e criar meios para superar momentos desafiadores.

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A Estação 5 apresenta a valorização do ser humano como indivíduo e como ser social. Assim como as flores têm diferentes nomes, cores e perfumes, as pessoas, com seus nomes, suas histórias e seus saberes coabitam o jardim da vida com outras pessoas, que têm nomes, histórias e saberes diversos.

“A experiência… requer um  gesto de interrupção… suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço.”

Jorge Larrosa.
Professor em Filosofia da Educação.

Poesia e música transmitem a ternura da vida que se expressa em cada ato, em cada encontro. Enquanto o poema Tarde de Primavera representa as experiências por meio de flores em um jardim, a canção Seu Nome apresenta o nome como aquilo que identifica e constitui cada sujeito, ao mesmo tempo em que convida ao coexistir ─ ao existir com.

As propostas da Estação convidam ao encontro de sujeitos que coabitam o mundo: crianças, adultos, famílias, escola. Sujeitos que trocam memórias e que, juntos, constroem novas histórias.

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A sexta Estação fecha o projeto “Um para o Outro”. O caminho proposto foi o da valorização das histórias aprendidas e construídas em família, que são muito importantes na constituição de cada um. Constituição de crianças autônomas que seguem em frente com pés que escolhem caminhos, que valorizam as pequenas e boas coisas que, como diz a canção, são de graça e estão pertinho de cada um! Verdadeiros presentes da Vida.

“A gente investe na vida e com isso a gente perde vida… trabalha, compra, investe na carreira e com isso dilacera a nossa vida. O que seria da nossa vida despida, nua, da nossa vida de verdade? Essa é a vida… Mas olha tudo o que a gente fez, o que se aparelhou para ter o que a gente tem hoje… Acho que tem muito a ver com o sistema capitalista que a gente vive… a gente vai se afastando, a gente vai se afastando cada vez mais do que é essencial”.

Estela Renner.
Diretora, roteirista e co-fundadora da Maria Farinha Filmes.

Poesia e música refletem, então, sobre a vida, os caminhos possíveis e as escolhas de cada um. A poesia O Caminho traz as relações que se estabelecem na vida, a liberdade de escolha de percursos de sujeitos em relação à complexidade sistêmica da vida.

A canção Não custa nada apresenta um olhar sensível que amplia a qualidade e o sentido da vida – o valor de um abraço, de um beijo, de um pôr do sol, do vento no rosto. Encontros que levam à apreciação de cada instante, das pequenas coisas, da grandiosidade da vida e da importância das relações.

As propostas da Estação buscam proporcionar experiências de brincar, de construir, de expressar-se por meio das múltiplas linguagens. Experiências baseadas no respeito à cultura da infância e suas diferentes manifestações.

 

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Por Perto é uma canção composta por Paula Santisteban e Eduardo Bologna para sua filha Estela. É um convite aos pais cantarem para seus filhos.

 

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